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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Um convite à boa parte [1]

Jo 15.15 – Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.

Ali você está, sentado naquela mesa junto aos outros colegas de trabalho. No fundo da sala uma porta, e nessa porta um letreiro: “Diretor Geral”. Você sabe que o nome do homem lá dentro é Sr. Almeida, muito embora isso seja somente o sobrenome. Você o vê algumas vezes no mês, já o cumprimentou em certas ocasiões, mas não tem costume de falar com ele, afinal... Ele é o seu chefe.

Vocês dois possuem um relação bastante simples: você trabalha pra ele, ele paga o seu salário. O que ele faz? Como ele faz? Bom... Isso você não sabe. Justamente por não saber, seu trabalho não é tão empolgante às vezes, e a falta de visão do processo te deixa entediado, então você pensa: “Nossa, se eu tivesse apenas chance de conhecer meu chefe e em que ele trabalha, seria demais!”. Infelizmente, o relógio grande de parede logo à sua frente te lembra do fim do expediente e você precisa voltar aos serviços, desempenhar bem sua função, e evitar que aquele atrás dos letreiros te corte da folha de pagamentos.

Tenso não? Essa é a realidade de muitos profissionais, pessoas que tem servido a diretores e presidentes de empresa por longos anos, sem conhecer nada além daquilo que vem na pilha de formulários.

Jesus não é um chefe.

Ele não paga o seu salário, Ele próprio é a porção da sua herança. Ele não paga seus alimentos, Ele te convida a sentar-se à mesa que Ele mesmo é. Não te dá férias, Ele promete aliviar todos quantos estão cansados e sobrecarregados.

Aquele letreiro não existe.

O projeto de Jesus não é transformar-nos em um exército de proclamadores muito bem treinados e exercitados em toda função dentro do Reino de Deus. Ele quer preencher os corações de seus discípulos com aquilo que recebeu do Pai até que suas vidas transbordem de alegria perante o mundo, derramem amor por onde andarem, e iluminem as trevas em qualquer situação.

Não. Ser um discípulo de Jesus não se trata de um simples treinamento espiritual, um acúmulo de conhecimentos teóricos recebidos de alguém por trás de um letreiro, ser discípulo é receber TUDO o que Jesus recebeu do Pai, porém dEle Próprio. Não é possível que nos apaixonemos por aquilo que fazemos se enxergarmos os benefícios apenas como sendo o contracheque no fim do mês. Não fomos chamados a uma profissão, fomos chamados à uma vida.

Jesus é o Caminho, A Verdade e A Vida. Não é pesado viver pro Senhor, é pesado viver sem Ele. Não é pesado tirar tempo pra orar, jejuar e meditar na Palavra, o pesado é ver o coração definhar arraigado a coisas mundanas, enganado, como se daquilo precisasse para viver. Pesado, é conseguir atender à dura demanda da indústria do entretenimento, da moda e do consumismo. Eles inventam tantas coisas para se distrair e nos distrair que fica difícil até escolher o que fazer! Pesado é molhar as solas dos pés em um oásis secando, sob um sol escaldante, ao invés de mergulharmos em conhecer DE GRAÇA ao nosso Criador, nosso Salvador, e nosso Senhor.

Jesus nos deu o direito de sermos Seus amigos, e a minha oração é que Ele atraia fortemente meu coração nesses dias maus e me faça enfim entender na prática o que significa viver intensamente, em Comunhão com Deus.

Que o Senhor abençoe vocês, meus queridos.

No Amado,

Guilherme Wilson, discípulo de Jesus.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pedra de Edificação ou Pedra de Tropeço?

                           

Mateus 16.13-23

13 Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
14 Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas.
15 Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou?
16 Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
17 Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus.
18 Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
19 dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.
20 Então ordenou aos discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo.
21 Desde então começou Jesus Cristo a mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse a Jerusalém, que padecesse muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes, e dos escribas, que fosse morto, e que ao terceiro dia ressuscitasse.
22 E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá.
23 Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás, tu és para mim pedra de tropeço; porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.

Eu sempre li esta passagem separada em duas partes: a primeira quando Pedro dá a resposta gloriosa ao Senhor e a segunda quando Jesus o chama de Satanás. Talvez por causa disso eu nunca tinha entendido bem a seriedade e o porquê de Jesus chamar a Pedro de Satanás. Em todo o NT apenas uma outra vez Jesus re refere à um discípulo assim, e este é Judas:”Respondeu-lhes Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? Contudo um de vós é o diabo.” (Jo 6.70).

Desta vez, ao passar por este texto de Mateus eu fui surpreendido por uma expressão de ligação entre as duas partes: “desde então” (vs. 21) e então eu percebi que muito pouco tempo se passou desde o momento em que Jesus abençoa a Pedro dizendo ser ele pedra de edificação e o momento em que o amaldiçoa, chamando-o de pedra de tropeço.

Agora, o que são essas pedras?

A Pedra de Edificação, é chamada também na Bíblia como Pedra Angular. Esta pedra, em um tempo de arquitetura e engenharia rudimentar, era de extrema importancia para garantir o sucesso de toda uma contrução. Os cálculos eram todos feitos tendo como base esta pedra que era colocada logo no início da edificação. Base. Esta é a palavra que define a pedra de edificação, a base sólida e robusta para uma contrução. Ela garante o sucesso daquilo que será construído em cima.

Já a Pedra de Tropeço é mais fácil entender. Quando caminhamos, nosso sistema motor julga que o percurso à nossa frente é plano e perfeito, e a única coisa que nos faz desviar de um obstáculo, são os nossos sentidos. As frases “veja aonde pisa” e “preste atenção no caminho” são exemplos que mostram a nossa necessidade de percepção para evitar acidentes. Esses acidentes acontecem quando por exemplo quando tropeçamos em uma pedra. A pedra de tropeço é aquela que se interpõe no caminho, e possui única função de nos fazer cair ou no mínimo nos distrair.

Será possível que uma mesma pessoa possa agir como Pedra de Edificação e Pedra de Tropeço? Sim, pois é precisamente isso que esta passagem nos diz. Pedro foi chamado das duas coisas por Jesus em um curto espaço de tempo. Mas então, o que define se estamos sendo uma coisa ou outra?

Veja que quando Jesus perguntou aos discípulos sobre quem diziam que Ele era, todas as respostas dadas foram carnais, isto é pela carne não era possível enxergar que Ele era o Senhor, mas apenas um profeta. A visão carnal é restrita ao que se vê com os olhos carnais. Quando porém Pedro responde à pergunta dizendo “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”, ele estava concordando profeticamente com TODAS as profecias feitas centenas de anos antes sobre a vinda de Jesus. Naquele momento, não eram olhos carnais que viam, mas olhos espirituais. A Pedra de Edificação é colocada antes de todo o resto, e o desenrolar da construção segue a fé de que a Pedra foi colocada corretamente. Olhos espirituais nos transformam em Pedras de Edificação, quando passamos a enxergar o Deus que faz a obra sobre nós.

Quando porém Jesus começou a falar aos discípulos sobre todas as coisas que deviam ocorrem, as quais tinham sido profetizadas pelos profetas, através do Espírito, Pedro o chamou a parte e começou a reprová-lo. Nesse momento Pedro não conseguiu enxergar nada além do bem estar de Jesus, ele apenas pensou no que seria melhor pra Jesus do ponto de vista carnal. Ponto de vista carnal, isso mesmo. Quando agimos movidos pelo que os nossos olhos carnais nos mostram, nos tornamos pedras de tropeço, atrapalhando a obra, fazendo tropeçar aqueles que andam, enquanto nós mesmos permanecemos ali, imóveis no meio do caminho. Olhos carnais nos transformam em opositores da obra.

O que fazer então? Uma vez que estamos em um corpo feito de carne, jamais estamos livres de agir pelo que vemos carnalmente, mas podemos lutar contra isso. Nos aproximar do Senhor, nos esvaziarmos de nós mesmos, negarmos o próprio conforto, jejuarmos, resumindo: fazer o contrário do que nossa carne nos pede. Se queremos ser usados como Pedras de edificação, que venhamos a entender que isso exige de nós total dependência do Mestre de Obras, e jamais questionarmos o Arquiteto do Universo, nosso Senhor Jesus Cristo, que tem uma Obra Perfeita a ser realizada.

No Amado,

Guilherme Wilson, discípulo de Jesus.