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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Meditação em I Coríntios 13 – Versículo 7

Versículo 7: “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

Sofrimento, fé, esperança e longanimidade. O que essas quatro palavras tem em comum? Todas elas são reações.

Muitos versículos neste capítulo falaram até agora de atitudes do amor, mas esse versículo fala de reações do amor.

O que é o sofrimento? A definição no dicionário é:

So.fri.men.to: s. m. Dor física ou moral; padecimento, amargura. Desgraça, desastre.m. Ato ou efeito de sofrer. Padecimento. Dor. Amargura. Paciência. Desastre.

De fato, sofrer não é algo agradável, e corresponde à negligência aos desejos de nossa alma. É um estado passivo, onde não se pode fazer muita coisa. Por que razão alguém sofreria tudo? Como poderia alguém sofrer todo o dano, e aceitar todo o opróbrio e sentença, mesmo quando não tem culpa de nada? Opa! Conhecemos alguém que já passou por isso, não é? Pois é, Ele mesmo, o Autor da Vida, Jesus Cristo, Senhor e Rei, sofreu tudo. Ele é o Pai do Amor, e por isso o Amor é Sua Assinatura.

Somos capazes de sofrer tudo somente por meio da ação de Cristo em nós, por intermédio de Seu Santo Espírito. A razão é muito simples, nosso ego não aceita sofrer, porque o ego é incapaz de amar.

Fé praticamente dispensa comentários. Ela é totalmente passiva. A grande beleza da fé, é que ela não depende de nós, e ficamos inteiramente à mercê de Deus. É aquele momento em que, sem mais recursos, olhamos para os olhos do Senhor e clamamos que Ele faça por nós. Deus se alegra quando o homem se lança frágil e incapaz aos pés dEle, e por isso é que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Deus não quer fortes que se virem sozinhos, quer filhos que necessitem dEle. Por isso, o Amor, o qual procede dEle, não se manifesta sem fé

Esperança está intimamente ligada à fé, porém mais associada ao momento que se estende do pedido ao Senhor até o cumprimento. Quando eu era pequeno gostava muito de passear com meus pais e irmãos depois dos cultos. Quando acabava o culto eu jogava um indireta no carro: “nossa, que vontade de comer hambúrguer!”. O carro arrancava e seguia no caminho de casa. Eu sabia que quando chegasse àquele cruzamento meu pai deveria virar à esquerda pra ir ao carrinho de hambúrguer, e sabia também que se ele seguisse reto... o ansiado hambúrguer estaria perdido. Eu confiava no meu pai e esperava nele, sabia que de alguma forma ele iria virar, acreditava nisso! E sabe de uma coisa? Ele virava! E eu ficava doido de alegria no carro! Aquele instante desde a saída do culto até aquele cruzamento era uma experiência fortíssima! Parecia durar um século! E todo o meu coração de criança estava esperando por aquela curva!

É exatamente assim a esperança. Nossa fé manifesta o começo do tempo de espera, até esse tempo se findar no cumprimento do que esperamos. O texto diz que o amor tudo espera, portanto se por acaso perder as esperanças já te digo uma coisa, não é amor o que está vivendo.

“Tudo suporta”. Suportar é aguentar algo que nos faz sofrer. Longanimidade, ou seja, ter ânimo longo, persistir e perseverar. Desistir jamais, afinal desistir e não ter esperança e esmorecer na fé, resumindo, é não amar. Falar isso é muito mais fácil do que viver isso, porém só é possível nunca desistir se tivermos revelação do poder de Deus no momento em questão, e nos sujeitarmos 100% à ação do Espírito Santo.

É impossível amar fora da ação do Espírito Santo, porque naturalmente tudo em nós é ego, e o egocentrismo é o oposto do amor. Vale lembrar que o texto coloca TUDO antes de cada uma dessas atitudes de coração. Isso quer dizer puramente que nada escapa, e que TUDO é TUDO. Isso deve produzir enorme temor em nós, afinal quantas e quantas vezes falhamos em aceitar sofrer, na fé, na esperança e na longanimidade? Eu sou tremendamente falho nisso, e peço misericórdia ao Senhor, que essas palavras que escrevo não fiquem apenas nessa página da internet, mas produza transformação em minha vida e me leve para mais perto do coração dEle.

 

Que o Senhor abençoe a cada um de vocês,

 

Guilherme WIlson, discípulo de Jesus.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Meditação em I Coríntios 13 – Versículo 6

Versículo 6: “Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade”;

Pense em injustiça, o que lhe vem em mente? Pense um pouco.

Muitos provavelmente devem ter associado a palavra injustiça com alguma ocasião que sofreu ou presenciou. O menino senta no sofá para jogar videogame depois de ter tomado banho e feito o dever de casa, quando a mãe entra na sala e diz: “Filho, seu pai quer assistir o noticiário, vá brincar no seu quarto”. Qual a reação do menino? “Ah! Mãe, mas isso não é justo!”.

A pergunta que não quer calar é: porque ele se achou injustiçado?

A resposta é bem simples. Na cabeça da criança existem as seguintes fórmulas:

Bom comportamento = recompensa;

Rebeldia + Pedido de desculpas = absolvição;

Xingar + Ser xingado = Estar quites;

Entre outras fórmulas.

Não somente a criança, mas todo ser humano trabalha com matemática. Embora muitos atestem detestar a mesma, tem suas vidas impregnadas da lógica pura. O porquê de isso acontecer é simples também.

Quando Adão pecou ele morreu relativamente a Deus. Até então, toda a percepção que ele tinha da vida era fruto do relacionamento com Deus. A curiosidade sobre qualquer coisa, creio eu, o levava a buscar em Deus respostas, e essas respostas eram para ele a plenitude da verdade sobre tal assunto.

Depois de ter pecado, morto relativamente a Deus, Adão perdeu toda a fonte real de conhecimento que recebia, e sua alma já não tinha respostas simples para tantas e tantas coisas. Foi aí, precisamente aí, que nasceu a lógica.

O principio básico da lógica é:

Se A é igual a B, então C.

Se A é diferente de B, então D.

Um exemplo: O gato é maior do que o rato. Se o rato não pode passar debaixo da porta, então o gato também não pode.

O grande problema com essa fórmula é que os termos “igual” e “diferente” necessitam de uma referência, e de onde vem essa referência? O que nos permite diferenciar as coisas?

1) Visão: “Aquela árvore é maior do que esta”;

2) Audição: “Este som é mais agudo que aquele”;

3) Olfato: “Este perfume é mais forte do que o outro”;

4) Paladar: “Este chá está mais doce do que ontem”;

5) Tato: “Esta panela está mais quente do que a que está na mesa”.

Tudo o que nos possibilita comparar e relacionar, são os nossos cinco sentidos, porém sabemos que eles estão relacionados com o nosso corpo, e que existem outros sentidos na natureza, então a pergunta é: será que Deus só tem os mesmos cinco sentidos? Seria uma tremenda presunção de nossa parte dizer uma coisa dessas, não?

Voltando então, o menino cria seu parâmetro de justiça com base na lógica, na matemática. A lógica depende das comparações, e as comparações dependem dos nossos sentidos. Então, será que a nossa justiça é a mesma de Deus? Por certo que não.

O texto do quinto versículo está dizendo que o amor não se alegra com a injustiça. O que isto quer dizer? Quer dizer que o amor, por ser formado em Deus, não sente prazer quando algo não é justo diante de Deus.

Como saber se algo não é justo diante de Deus? Perguntando pra Ele, e examinando a Santa Palavra. Precisamos lembrar que por meio de Jesus temos acesso ao coração do Senhor tal como Adão tinha, fomos feitos Filhos de Deus, e não mais somos obrigados a gerir conclusões e padrões de justiça através da nossa lógica falha. Em outras palavras, para amarmos, é preciso que nos relacionemos com Deus, de forma que venhamos a entender a profundidade do que Ele considera justo ou injusto, e então nosso coração venha a se alegrar com a Justiça dEle, nos regozijando na verdade.

Gozo é alegria, prazer, satisfação. Regozijar na verdade é viver saciado na verdade, da seguinte fórmula:

“Deus, por que isso é aquilo?”

“Por causa disso meu(inha) filho(a) amado(a).

“Ok Senhor, entendi. Obrigado por me revelar Pai! Minha alma se alegra no Senhor!”

Simples não é? Simples e perfeito. Davi passava muito tempo com o Senhor, qual foi o resultado? Mais de uma centena de salmos de louvor e glorificação a Deus. Alegria plena, regozijo completo na verdade!

 

Jesus Cristo é a Verdade!

 

Que Deus abençoe vocês!

Guilherme Wilson, discípulo de Jesus.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Meditação em I Coríntios 13 – Versículo 5

Versículo 5: “Não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se alegra do mal;”

Bom, antes de qualquer coisa temos que refletir e entender o que significam as palavras “conveniência”, “interesse”, “exasperar” e “mal”. Vamos lá:

Conveniência

Algo conveniente é algo vantajoso, útil, preciso, adequado. Essas palavras, no entanto, exigem explicações. Algo é vantajoso se gerar vantagem para alguém. É útil se gerar utilidade para alguém. É preciso se atender a necessidade de alguém. Adequado só o é se se adequar a vontade de alguém. Bom, mas quem? A resposta para isso é um tanto óbvia para nós, esse alguém é Deus. Quando realizamos algo que REPRODUZ a vontade de Deus, então somos convenientes. Já deve ter se deparado com a frase: “o que fulano de tal fez foi muito inconveniente, todos ficaram constrangidos”.

Interesse

Ouro e areia são feitos de exatamente as mesmas coisas: átomos. O que faz o garimpeiro jogar fora a areia e reter o ouro é o interesse que tem nele. Nada “salta” aos nossos olhos se não gerar proveito algum nós. Passamos todos os dias por árvores que sequer prestamos atenção, porém um andante do deserto do Saara daria MUITO valor às árvores, com sua sombra preciosa. Para haver interesse próprio é preciso haver ego.

Exasperar

Exasperar é o mesmo que irritar, encolerizar, enfurecer. A fúria é o resultado violento de uma expectativa não alcançada. Ela ocorre quando algo é capaz de nos tirar do sério, e sempre está relacionada com o nosso eu. Quando ocorre a ofensa, somos tomados de um desejo carnal de resistência, de garantir que nossa opinião seja mantida ilesa, ou nossos “direitos” garantidos. Isso é se exasperar, é quando se “explode”.

Mal

Essa palavrinha é muuuuuuito simples, e ao mesmo tempo muito complicada. Entender o significado do que é mal vai muito além da nossa capacidade humana, porque não sabemos lidar com o bem e o mal. Por exemplo, a Palavra diz que nossa justiça é pra Ele como trapo de imundícia (Isaías 64.6), isto é NADA do que vem de nós é bom. E diz também no livro de Isaías que Deus se agradou com o sofrimento de Jesus na cruz (Isaías 53.10). Diz também que Deus tem prazer na morte dos seus santos (Salmo 116.15). A verdade é que Deus, e somente Deus sabe definir o que é bom e o que é mal. A nós, cabe entender que o mal é aquilo que não é vontade de Deus, e o bom, o desejo do Seu coração.

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Entendendo essas palavras, conseguimos agora refletir mais sobre o que Paulo quis dizer neste quinto versículo de I Coríntios 13.

Conduzir inconvenientemente é conduzir de forma inadequada. O amor é conduzido, porque está em movimento, é uma ação. Amar é se mover em função do outro, fazer algo em prol do outro, agir. Existe um Caminho a trilhar na condução do amor, e sabemos bem QUEM é Este Caminho. Mas também uma forma de conduzi-lo, uma forma conveniente, e esta forma está no coração do Senhor. Ele, porém, não nos mostra o que fazer no futuro, mas nos conduz dia-a-dia, de forma que administremos a dose certa de cada coisa a seu tempo. (Ah Senhor, como eu quero aprender isso!)

Como vimos, o interesse surge no ego, alguém gera o interesse. O que a Palavra diz é que devemos buscar os interesses do coração de Deus! Não creio que esta palavra esteja nos dizendo para cumprir os desejos “do outro”, mas sim o interesse de Deus, e é claro que isso incluirá o melhor ao outro, porém não na nossa ótica humana, na de Deus!

Jesus nos disse que devemos ser mansos e humildes, e isso é exatamente o contrário de se exasperar. A ira não pode existir em nossos corações, exceto se for gerada pela ofensa ao Senhor, e vejamos bem: Quando nos iramos contra algo que ofende a santidade de Deus, nos atemos somente às atitudes, NUNCA às pessoas. Não posso ter ira contra o homossexualismo tendo ira contra o homossexual! Não posso ter ira contra a corrupção tendo ira contra o corrupto! Nossa atitude é de orar pela intervenção do Senhor, e pela misericórdia e transformação que vêm dEle.

Algo só pode trazer alegria quando somos satisfeitos em alguma área de nossas vidas. A alegria está intimamente ligada à satisfação da alma em algo. Se o texto diz que o amor não se alegra do mal, isso significa que a alegria ligada àquilo que ofende a vontade de Deus, NÃO tem nada a ver com o amor. O amor só se satisfaz no cumprimento da vontade de Deus, e mais nada!

A razão pela qual as coisas são dessa forma é porque o amor nasceu no coração de Deus. Não existe possibilidade de que ele esteja ligado àquilo que O desagrada.

 

Graça e paz,

Guilherme Wilson, discípulo de Jesus.