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domingo, 25 de setembro de 2011

Um convite à boa parte [3]

I Pe 1.8 – a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória.

Que coisa incrível é ter comunhão com Deus. A independência tornou nossa carne escrava dos sentidos, de forma que somente aquilo que passa pelos nossos cinco sentidos, passa por verdade. Toda a ciência é baseada neles, todo experimento gera “leis” e “teses” quando provado por eles. Sendo assim, como podemos ter fé em algo que não gera reações físicas no nosso corpo? Como crer em alguém que não vimos? Essas perguntas são as que alicerçam os conceitos de muitos doutores e mestres da ciência.

Bom, ao meditar em no texto que está em Lucas 10.42 vemos que Maria estava literalmente aos pés do Senhor, aprendendo dele, vendo-o, ouvindo-o, sentindo-o. No entanto quando vemos a realidade da Igreja descrita em Atos dos Apóstolos vemos que a situação é bem diferente. Eles não tinham mais Jesus corporalmente entre eles. Este texto da primeira epístola de Pedro foi escrito bem depois que o próprio Pedro viu Jesus ascender aos Céus, no entanto podemos perceber um êxtase em suas palavras!

A comunhão com Deus não acontece por meio do corpo, mas por meio do Espírito Santo. É até complicado discernir com clareza os sentidos espirituais não é? Quantas vezes ouvimos e até usamos esses termos em nossas descrições de nossos tempos com Deus: “eu ouvi o Senhor falar comigo”, “eu senti muito forte a presença de Jesus”, “eu sinto o abraço carinhoso de Jesus nesse momento”, “eu sinto o doce perfume de Cristo sobre a Igreja” entre tantas outras frases similares! A verdade é que nossa comunhão com Deus cria em nós novos sentidos!

Sabe por que temos apenas cinco sentidos? Porque nosso corpo possui apenas cinco formas de se comunicar com o ambiente e isto é, através dos mecanismos do ouvido interno, das células sensitivas da pele, das papilas gustativas na língua, das células sensoriais no nariz e das células sensoriais na retina dos olhos. Devemos lembrar que o mesmo Deus que fez nossos cinco sentidos, fez cada um desses meios de comunicação. Quantos mais meios devem existir então? Já pensou nisso? Lembra que Jesus sabia o que estava no coração daqueles que estavam próximos a ele? Esse sentido é diferente, e veio do Pai! Quando Ananias e Safira pecaram, como foi que Pedro ficou sabendo sem nem mesmo eles terem falado? Porque o Espírito Santo o revelou! Aleluia! Somos livres de nós mesmos por meio dos sentidos incontáveis que o Jesus nos concede através da comunhão com Deus!

É por isso que o texto diz que “a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória.” Porque não precisamos ver com nossos olhos carnais para exultarmos de alegria com a doce presença dEle, para O amarmos de todo nosso coração e crermos nEle totalmente!

Quando eu percebo que alguém que não conhece o Senhor tenta a todo custo me convencer de que eu estou maluco por crer no Senhor, eu costumo dizer assim “Está vendo a Lua no Céu? Eu creio mais em Jesus Cristo ressurreto do que na Lua!” Geralmente isso faz a pessoa ter dois pensamentos: Ou “esse cara é maluco mesmo, nem adianta tentar” ou “este cara realmente crê nesse tal de Jesus, porque será que isso acontece com ele?”.

Como é que desenvolvemos nossos sentidos carnais? Usando-os. É por isso que quando crianças pequenas aprendemos coisas como: o que são as cores, o que cheira bem ou mal, o que é bom de se comer e o que tem gosto ruim, se a panela está quente ou não, e tantas outras coisas. Ao passarmos tempo com nossos pais carnais aprendemos com eles a usar os cinco sentidos.

Como é que desenvolvemos nossos sentidos espirituais? Passando tempo com nosso Pai Celestial, e aprendendo com Ele a usar esses sentidos! Quanto mais tempo passamos junto com Jesus, mais e mais podemos senti-lo e nos encher de alegria por estarmos com Ele! Aleluia!

“Maria escolheu pois a boa parte, e esta não lhe será tirada.” (Lc 10.42)

Que o Senhor abençoe ricamente cada um de vocês, meus queridos.

No amor do Pai,

Guilherme Wilson, discípulo de Jesus.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Um convite à boa parte [2]

Jo 17.3 – E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.

Muito se ouve falar em vida eterna com o sentido de um viver novo em um lugar celestial, o Céu. Muitas canções foram escritas exaltando o momento sublime que iremos passar ao adentrarmos os portões da Cidade Santa, a Nova Jerusalém. Aleluia! É realmente maravilhosa a expectativa que enche o nosso coração, de enfim vivermos no Céu, para todo sempre!

O grande problema é que a vida eterna não começa no Céu. Ela não é um lugar, ela é um viver. Para entendermos melhor o que é a vida eterna, vamos pensar um pouco primeiro naquilo que é a vida “não-eterna”.

Qual o motivo da vida? Mesmo que vários cientistas tentem a todo vapor associar a matéria animada com a matéria inanimada, e dizer que somos apenas um conjunto complexo de arranjos moleculares, existe uma coisa, um pontapé inicial que eles nunca puderam explicar: a vida.

É fato que somos 75% compostos de moléculas de água, e dos 25% de massa seca a maior parte é formada por moléculas de carbono. Se olharmos dessa forma, muitas rochas possuem formação parecida com a nossa, e não são vivas. Algo mais profundo de alguma forma diferencia o animado do inanimado, a matéria morta, inerte, da viva.

Vemos na Palavra (Gn 2.7) que Deus formou o homem do pó da terra (daí nossa semelhança molecular com algumas rochas) e depois o que Ele fez? Soprou o fôlego de VIDA em suas narinas. A vida naquele momento possuía a função de tornar animado um corpo de barro, e transformá-lo na obra de arte máxima de Deus: o corpo humano.

Mas então, porque a morte surgiu? A palavra diz (Rm 5.12) que a morte entrou no mundo através do pecado do homem. O fim da vida representa o desligamento com o Criador, a separação, o retorno à matéria inanimada. Devido ao pecado, toda a matéria foi condenada ao fim da vida, à destruição. Deus em sua infinita bondade e misericórdia, Resolveu o problema da morte da alma através de seu Filho Jesus Cristo, o qual morreu em uma rude cruz pelos pecados de toda a humanidade, concedendo à todos uma chance de serem redimidos, e serem reatados ao seu Criador.

A estratégia magnífica aqui é fazer Jesus viver em nós dia-após-dia enquanto nosso velho eu é morto, também diariamente. A nova vida começa no batismo, quando somos colocados em Cristo, enxertados na Videira Verdadeira.

O que é a vida eterna? A vida eterna é o contato eterno com o Criador, é a vida nEle, e provarmos da presença dEle eternamente, e basta lembrar aqui que o “eternamente” inclui também o hoje.

Isto eu digo porque da mesma forma que muitas canções foram escritas exaltando a vida que há de vir no Céu, existem também canções de lamentação quanto ao tempo que passamos aqui. Não apenas músicas, mas palavras, ensinos, sermões e outros. É como se dissessem: não existe alegria enquanto não morrermos, não existe vida plena enquanto não pisarmos as ruas do Céu. Isso não é verdade, pois a vida eterna é esta: “Que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo à quem enviaste.”

Existe uma larga diferença entre vivermos inconformados com as atrocidades deste mundo e vivermos lamentando, infrutuosos, pelos cantos, como se estivéssemos em uma cadeia, implorando pela liberdade. Jesus nos fez livres naquela Cruz, e fez isso com uma razão específica, a de sermos sal e luz nessa Terra.

Como seremos sal e luz se focarmos nosso tempo aqui como algo totalmente penoso e insuportável? Nos fecharemos em casulos esperando o arrebatamento? Enterraremos pois o talento que nos foi confiado até a volta do Senhor? Não!

Ter vida eterna ter Jesus vivendo em nós e através de nós. É conhece-lo e prosseguir em conhece-lo (Os 6.3). É deixar a vida dEle em nós contagiar à todos quanto vivem conosco. As limitações que a carne nos impõe não podem ser motivo para atrofiarmos os músculos espirituais que recebemos no batismo.

Que venhamos sim, entoar canções exaltando a maravilha que há de ser entrarmos para viver eternamente com o Senhor no Céu, mas que também venhamos a entoar canções que são canções de batalha, fortes e destemidos para viver e fazer toda a vontade do Senhor aqui, enquanto Ele não vem nos buscar. Que nossas vidas possam revelar que a vida eterna começa aqui, conhecendo a Deus e a Jesus Cristo, a quem Ele enviou. Que venhamos a desfrutar da vida eterna, estando atentos a aprender com o Senhor, aos Seus pés.

“Maria escolheu pois a boa parte, e esta não lhe será tirada.” (Lc 10.42)

No Amado,

Guilherme Wilson, discípulo de Jesus.