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sábado, 30 de abril de 2011

Isaque & Rebeca

Ao refletir sobre o que Deus espera de um solteiro que deseja se casar, fui levado a refletir sobre um casal especial: Isaque e Rebeca. Vamos refletir um pouco sobre a vida de cada um.

Isaque

Era obediente aos pais e o era mesmo quando não entendia o por que. A Bíblia diz que ele era um rapaz, não uma criança. Veja só:

Gn 22.5 “Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o RAPAZ iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós.”

Como rapaz, ele tinha consciência de que algo muito estranho iria acontecer. Ele com certeza percebera a tristeza nos olhos de seu pai ao longo da caminhada de mais de três dias. Curioso sobre o que aconteceria ele diz:

Gn 22.7 “Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?”

                Isaque sabia que havia algo muito estranho prestes a acontecer e sabia que possivelmente ele seria a oferta de sacrifício, mas ainda assim obedeceu. Isso nos remete a um texto do novo testamento em que Jesus é o Isaque, vejamos:

Hb 5.7,8 “Ele Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, mesmo sendo filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu.”

Isaque aprendeu a depender de Deus com seu pai, Abraão. Ele sabia que Deus iria fazer algo, e sabia que mesmo que o pior acontecesse, seria o melhor, pois teria vindo de Deus. É por essa razão que ele permitiu ser amarrado como cordeiro, não se queixou e nem correu, apenas esperou no Senhor.

Isaque tipifica o verdadeiro homem de Deus. Ele não se exaspera, ele espera. Não se move por emoções, mas crê nos princípios de Deus para sua vida. Faz tudo debaixo de conselhos e principalmente: Depende da vontade do Senhor, independentemente de qual seja.

Agora vejamos o outro lado da história.

Rebeca

A Palavra de Deus nos mostra algumas das qualidades de Rebeca:

Gn 24.16 “A moça era mui formosa de aparência, virgem, a quem nenhum homem havia possuído; ela desceu à fonte, encheu o seu cântaro e subiu.”

Rebeca era muito bonita. Com certeza muitos homens já haviam tentado conquistá-la, mas ela não aceitou. É importante entender que ela tinha escolha:

Gn 24.58 “Chamaram, pois, a Rebeca e lhe perguntaram: QUERES IR COM ESTE HOMEM? Ela respondeu: IREI.”

Rebeca podia decidir e não decidira por nenhum outro antes de Isaque, mas por quê? Pois Rebeca também esperava no Senhor. Ela sabia que Deus tinha algo realmente especial para ela. Outro detalhe importante: REBECA NÃO CONHECIA ISAQUE, mas sabia que ele era a resposta para ela. Ela servia com diligência:

Gn 24.17-19 “Então, o servo saiu-lhe ao encontro e disse: Dá-me de beber um pouco da água do teu cântaro. Ela respondeu: Bebe, meu senhor. E, prontamente, baixando o cântaro para a mão, lhe deu de beber. Acabando ela de dar a beber, disse: Tirarei água também para os teus camelos  até que todos bebam. E, apressando-se em despejar o cântaro no bebedouro, correu outra vez ao poço para tirar mais água; tirou-a e deu-a a todos os camelos.”

Essa passagem é muito, muito forte. Não se trata de um simples serviço. Rebeca não conhecia o homem, sabia que ele era um servo de alguém, e não um nobre. Ela prontamente se ofereceu para ajudar e ainda assim deu de beber a todos os camelos do servo. A julgar pelo fato de Rebeca antes de tudo ser mulher, ela não poderia carregar mais do que 30 litros de água sobre a cabeça, sua coluna e joelhos não agüentariam. O cântaro era de cerâmica e devia ter um volume de 40 litros no máximo, pesando alguma coisa em torno de 15 quilos vazio. Seriam quase que praticamente o peso da moça sobre sua cabeça, logo, sabemos que com certeza não poderia ser tanto. O fato é que um camelo bebe em média 120 litros de água em 10 minutos*, ou seja, ela precisaria dar no mínimo quatro viagens para saciar cada um dos dez camelos do servo (ver Gn 24.10). Assim, seriam simplesmente 40 viagens do pesado cântaro ao poço e um total de mais de 1200 litros de água retirados, o que é mais do que uma caixa d’água. Ela serviu possivelmente por mais de uma hora a quem nem mesmo conhecia.

Rebeca tipifica uma mulher de Deus também. Aguarda no Senhor, serve de coração aberto, guarda-se em pureza para um marido que nem mesmo conhece ainda, e é simples para ouvir a voz de Deus quando a chama. Novamente, vemos que o principal também ocorre aqui: Ela depende do Senhor.

O Encontro do Casal

Gn 24.63-65 “Saíra Isaque a meditar no campo, ao cair da tarde; erguendo os olhos, viu, e eis que vinham camelos. Também Rebeca levantou os olhos, e, vendo a Isaque, apeou do camelo, e perguntou ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? É o meu senhor, respondeu. Então, tomou ela o véu e se cobriu.”

Isaque estava meditando. Ele não estava preparando as coisas para o casamento, nem tampouco preparando lista de convidados, ele estava meditando no campo, sozinho. Isso nos remete à aquele versículo do novo testamento: “Aquele que não é casado, cuide das coisas do Senhor, de como agradar o Senhor”. Ele sabia que sua esposa estava a caminho, mas no entanto entendia que como solteiro deveria estar com o Senhor, cuidando das coisas de solteiro, cuidando de agradar ao Senhor.

Rebeca, ao ver Isaque e notificar ser ele seu futuro marido, se cobriu com o véu, como sinal de se guardar para que ele a visse no tempo certo. Era recatada, e permanecia aguardando no Senhor.

Isaque & Rebeca nos dias de hoje

Uma mulher néscia pode destruir o ministério de um homem de Deus, e da mesma forma um homem néscio pode tornar turvo e entristecido o coração de uma mulher de Deus pra sempre.

Por essa razão, o casamento é algo que deve ser observado com toda submissão a Deus. Se não formos exemplos de solteiros hoje, de forma alguma seremos casados exemplos amanhã. Devemos esperar em Deus e pedir que Ele guie nossos corações durante esse período de tantas dúvidas e medos que é a juventude como solteiros. Jamais devemos agir ou decidir algo movidos pela emoção, e sim pelos princípios que Deus coloca em nossas vidas. A grande maioria das vezes teremos nossos sentimentos e desejos contrariados pela vontade de Deus, mas se persistirmos em depender de Deus, negar a nós mesmos e agir pelos seus princípios, pela sua Santa Palavra, jamais seremos confundidos ou envergonhados.

Que possamos ser “Isaques” e “Rebecas” úteis para o Reino de Deus e resolvidos nEle. Que sejamos exemplos vivos para essa geração, revelando a dependência de Deus em nossas vidas, de forma que agrademos ao Pai em tudo.

Pv 4.23 “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.”

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Meditações sobre o Propósito Eterno de Deus (8)

Jo 13.34 Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.

Os judeus estavam acostumados com mandamentos de toda espécie. Eles viviam da forma como queriam, atendo-se apenas a não se desviar das leis de Moisés. É extremamente mais fácil quando recebemos limites claros que não devem ser extrapolados, basta cumprir e está pronto.

Se quiser falar com franceses, então aprenda a falar francês. Se quiser fazer com que os judeus entendam, explique com leis e mandamentos. Foi exatamente isso que Jesus fez, ele deu um “simples” mandamento, ou melhor, um novo mandamento. Agora, antes de entrar na questão do mandamento em si, vamos entender a quem Ele deu esse mandamento: Aos seus discípulos. Todos quantos se chamam assim devem cumprir o seu mandamento, afinal Ele é o Mestre e sua autoridade está reconhecida no coração de cada homem e mulher que se chamam de discípulos de Jesus.

Qual é esse mandamento, essa ordem, essa lei? O Amor uns para com os outros. Amar é dar-se pelo outro, é preferi-lo em lugar de si mesmo, é viver em constante atitude de entrega e preferência. E qual é o padrão de amor que devemos seguir? Jesus ordenou que amássemos uns aos outros como Ele nos amou, e como foi isso? Ele se entregou por nós. Embora possamos ser levados para uma consciência de entrega associada ao sacrifício, morrer por uns pelos outros se necessário, isto é lindo, porém raso. Cristo espera uma entrega da Igreja uns pelos outros, mesmo estando vivos, uma entrega diária, deixando nos gastar uns pelos outros, para que o Amor de Cristo se estabeleça plenamente nos nossos corações. E aí é claro, se precisarmos morrer uns pelos outros, o faremos, mas deixando pra trás uma vida inteira de entrega, de manifestação do amor de Cristo, através do Espírito Santo de Deus.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Meditações sobre o Propósito Eterno de Deus (7)

I Pe 1.15 pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento.

A palavra “santo” deriva de uma palavra grega que significa “separado”. Quando lemos esta palavra na Bíblia devemos entender como separação. Mas separar quer dizer dividir, colocar à parte, tornar distinguível. Quanto maior for o contraste, maior será a separação.

Mas só se separa o que está unido, e o texto diz que Jesus é santo, que Ele é separado de algo com o qual o resto do mundo nasce unido. Que coisa é essa? A independência. Ela dita as regras e gera procedimentos que são maus aos olhos de Deus. Devemos nos separar do mundo, e nos unirmos de novo a Deus. Devemos nos santificar.

Algumas coisas devem ser frisadas neste texto, pois ele fecha o cerco de uma forma extremamente abrangente, não há escapatória. Fica claro que devemos fazer exatamente como aquele que nos chamou. Não é uma santidade parcial, tampouco uma postura religiosa, mas um governar do Espírito em nós que nos santifique.

Não existe no texto uma escolha, mas uma ordem. Deus nos ordena que nos tornemos tão separados, tão santos, como Jesus, o que sabemos que é impossível ao homem. É daí que voltamos para a questão de que Deus não quer de nós uma postura religiosa, mas uma postura de filhos que o amam. Se o Pai deu essa ordem aos seus filhos, então isso quer dizer que é mais do que possível que eles a cumpram, porém... nEle. A santificação começa com o desejo de se separar para Deus.

Sabemos que os procedimentos externam o que vivemos. A palavra nos manda sermos santos em TODO o nosso procedimento. TODO em grego quer dizer TODO. Como ser santo no procedimento, sem, no entanto, ser religioso? Podemos comparar essa situação com uma planta fraca que recebe adubo em suas raízes e contrastá-la com uma planta feita de tecido e plástico. Se apenas nos “podarmos” no que diz respeito ao que pensamos ser santos, estaremos nos transformando em plantas de plástico, que não aparentam ser ruins, mas, no entanto, não frutificam nem florescem. Se ao invés disso recebermos o adubo em nossas raízes, veremos nossas folhas se multiplicarem, virão as flores e os frutos. Frutos são referentes ao procedimento, e assim fica claro que para sermos santos em TODO o nosso procedimento precisamos antes de um íntimo e constante contato com Jesus. Só assim cumpriremos como bons filhos, a ordem de santidade que recebemos do Papai.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Meditações sobre o Propósito Eterno de Deus (6)

Rm 5.12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.

Este texto fala sobre a justiça de Deus, isto é, as causas e as consequências. O pecado entrou através de um só homem. Veja que, embora Eva tenha pecado primeiro o texto fala de UM SÓ HOMEM, isto porque Adão e Eva eram um, e neles estava a semente que geraria toda a humanidade. Eles representavam toda a humanidade naquele momento, e quando pecaram, todos pecamos com eles.

O salário do pecado é a morte, isto é, a única razão da entrada da morte na vida do homem é o fato dele ter pecado. Morte aqui não é simplesmente perder o fôlego da vida, é separar-se permanentemente de Deus. Quando Deus disse aos dois que no dia em que comessem do fruto morreriam, podemos perceber isso. Veja bem que eles não morreram fisicamente, embora começassem a morrer assim a partir dali, pois foram proibidos de comer do fruto da Árvore da Vida, que lhes servia de alimento eterno. A morte que eles sofreram foi abandonar a presença de Deus permanentemente. Como consequência, passariam a definhar ano após ano até morrerem fisicamente também, e então passariam a eternidade completamente mortos, isto é separados de Deus e de tudo o que é vivo.

Seus filhos, já nasceram mortos, separados de Deus, condenados à mesma pena, afinal seus pais os representaram no ato do pecado. Repare que embora apenas 8 pessoas tenham sido livradas do dilúvio, essas oito pessoas eram descendentes de Adão e Eva também, e portanto, o resultado seria o mesmo, morte. Com isso, todos os seres humanos já nascem mortos, podemos comparar a vida com que nascemos com uma pilha nova, ela não possui uma fonte direta de alimentação, e por mais divertido que sejam as luzes que ela acenderá em um brinquedo para uma criança, a sua vida útil será curta e seu fim é o lixo, afastada de tudo e de todos.

É importante termos clareza disso ao pensar no Propósito Eterno de Deus, pois tudo irá ressaltar ainda mais o caráter maravilhoso de Cristo. Jesus decidiu morrer naquela cruz para que a justiça de Deus fosse feita. A única forma de nos reconciliarmos com Deus é sermos livres do nosso sobrenome de Adão, deixarmos de sermos seus filhos e nascermos de novo. Como nascermos de novo? Nascermos da água e do Espírito, como Jesus disse a Nicodemos (Jo 3.1-21), através de Cristo. Porque é como as escrituras dizem em Rm 5.19 “Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.” Glorificado seja o Nome do Senhor!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Meditações sobre o Propósito Eterno de Deus (5)

Cl 1.27 aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória;

Este é um texto pequeno, porém carregado de profundidade. O texto começa dizendo “aos quais”. Quem são estes? Os santos, a Igreja, conforme vemos nos versículos anteriores. A Palavra diz que “Deus quis dar a conhecer”, o que significa que partiu do coração de Deus, veio dEle o conhecimento da “riqueza da glória deste ministério entre os gentios”, o que merece diligentemente a nossa atenção.

Primeiro: “riqueza” significa abundância de qualquer coisa, suficiência plena de recursos. Essa riqueza assegura que a sobrevivência não seja ameaçada. Mas de que tipo de riqueza fala o texto? “Riqueza da glória”. A glória é que é rica, completa, suficiente e mais do que isso, transbordante. Glória é pompa, algo que enobrece e que salta aos olhos, que embeleza e diferencia. Essa glória é atribuída a um mistério entre os gentios.

Opa... espere aí! Gentios? Isso mesmo, gentios! Isso aqui pode ser fácil de engolir para nós, mas não é nada digestivo aos ouvidos de um judeu. Algumas doutrinas judaicas afirmam que a vida de um animal vale mais do que a de um gentio, isto é, se existe algo sem glória aos olhos deles, essa “coisa” somos nós, os não judeus. Como é que um mistério entre os gentios pode ser rico em Glória? Como?

Pense em um vaso de barro. Simples, rudimentar, com algumas trincas e torrões mal queimados. Qual é a Glória deste vaso? Nenhuma. O que ele é, se comparado lado a lado com um caprichado vaso de porcelana? Nada! Agora... plante algumas sementes nele... regue e espere. Continue imaginando ambos lado a lado e compare a Glória deles. Nasceu uma folhinha pequena! E agora? A porcelana ainda ganha, não? Ok, então espere mais... um monte de folhas verdes saudáveis! Repare que o vaso em si vai perdendo a importância, e o vaso de porcelana vazio começa a ficar ofuscado. Passa mais algum tempo até que... nasce um lírio! Um maravilhoso lírio! Seus olhos se inundam com a Glória da flor ali dentro, mas... e a Glória dos vasos? Agora são tão insignificantes em si mesmo que nem mais importa se é de barro ou de porcelana, não é? A atenção foi plenamente roubada pela obra divina que desabrochou!

A grande diferença é que se tratando de história e cultura, porcelana é incomparavelmente superior ao barro. Judeus eram tidos naquela época como um povo separado dos demais, diferenciado por serem filhos de Abraão, carne, osso e porcelana.

E então o que o texto diz que torna os gentios tão gloriosos a ponto de ofuscar até mesmo o brilho dos judeus? “Cristo em vós”! Jesus é o Lírio que nos transforma totalmente, Ele é a Glória rica deste mistério entre os gentios. Sem Ele os vasos de porcelana são só vasos comuns, e com Ele dentro, não existe importância no material dos vasos. Se judeus ou se gentios, nada interfere na única Glória em nós, Jesus Cristo.

Esta é a “esperança da Glória”. Deus quer ver Jesus em nós, quer plantar este Lírio Perfeito em todos nós, de forma que sejamos tomados por Ele e participemos da Glória que está em Cristo.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Meditações sobre o Propósito Eterno de Deus (4)

Rm 3.12 Todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nenhum sequer.

Toda carta tem um objetivo, um alvo, um lugar a chegar e uma informação a passar. É realmente triste quando descobrimos que uma carta de alguém que amamos foi extraviada, isto é, foi parar nas mãos de alguém quem não dará o valor às palavras amáveis que seriam direcionadas a nós. O mesmo acontece com mensagens no celular, quando a mensagem que devia nos fazer emocionar “apita” no celular de outra pessoa, que não dará o mínimo valor que daríamos.

Imagine a situação: Você recebe uma mensagem no celular dizendo “Como vai? Sinto saudades de você...”, porém a mensagem é de um desconhecido, você nunca viu o número antes. Por certo, o comum é que a mensagem seja ignorada, e o máximo de atenção que você ou eu daríamos é dizer: “Foi engano, que pena...”.

Agora imagine a mesma mensagem sendo as primeiras palavras que você recebe do seu irmão, que há dez anos não lhe dirige a palavra, por causa de um assunto mal resolvido no passado, o que essa mensagem vai lhe significar?

Todos fomos criados em Adão com um propósito específico no Reino de Deus, de sermos feitos Família de Deus, de termos Deus por Pai. Este era o nosso alvo, porém... todos nós extraviamos. Por essa razão, todos nós nos fizemos inúteis.

Imagine uma fábrica que monta motocicletas. A gerência encomenda uma remessa de pneus, porém, por um motivo de descuido da representante de pneus, os endereços são trocados e chegam à fábrica uma remessa de pneus... só que para tratores rurais! Para que vão servir os pneus de tratores nas motocicletas? Nem poderão ser usados, não tem nenhuma utilidade! Assim também, nós, ao extraviarmos, perdemos completamente nossa utilidade, “à uma” nos tornamos inúteis. Repare que “à uma” quer dizer “todos”.

E a Palavra continua dizendo que “não há quem faça o bem”. O que é o “bem”? Nosso conceito de “bem” e “mal” é tão raso e falho quanto humano. Medimos as características das coisas pelas conseqüências e não verdadeiramente pela essência. É por essa razão que não nos alegramos quando alguém nos prejudica e ficamos alegres se alguém nos dá um presente. A independência nos tornou seres essencialmente, ou melhor, carnalmente egoístas, isto é, se algo nos traz alegria carnal, então é bom, e vice versa.

Deus, no entanto, possui um padrão de referência perfeito, que diz realmente se algo é bom ou não. Este padrão é Ele mesmo. Sua vontade é boa, perfeita e agradável, e por conseqüência aquilo que está fora da sua vontade é ruim, imperfeito e desagradável. Fica fácil assim entender que quando Deus diz que “não há quem faça o bem” Ele está dizendo: “A independência tomou o coração de Adão, e toda a humanidade herdou isso dele, sendo corrompidos da mesma forma, incapazes por tanto de fazer o bem, isto é, a Minha vontade”. Repare que Ele diz: não há nenhum sequer, reforçando ainda mais o afastamento total da humanidade, e mostrando como o homem se tornou inútil ao Seu Propósito Eterno.