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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Juntas e ligamentos no Corpo de Cristo

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Ef 4.15,16 Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.

Contundência. Existem palavras que fecham todas as alternativas de escape, bloqueiam todas as rotas de fuga, vedam completamente interpretações dúbias. Nas ordens de Senhor não existem letrinhas pequenas no fim do contrato, todo ele é claro e contundente.

Veemência. Lupas aumentam objetos, e para as palavras existe a veemência. Coisas já fortes por natureza recebem ainda mais força em algumas passagens bíblicas, e esta, por certo é uma delas.

O texto em efésios ressalta a necessidade absoluta de que existam juntas e ligamentos no Corpo de Cristo. Mas o que são juntas e ligamentos? Hoje seria extremamente fácil entender o que são estas estruturas tendo à disposição um médico ou fisioterapeuta para explicar, mas na época em que foi escrito, pouco se conhecia à respeito do assunto, mas vemos com clareza que a passagem faz alusão às juntas e ligamentos que possuímos no corpo.

Estas juntas e ligamentos eram conhecidos na época como as ligações entre ossos e músculos, extremamente resistentes e que conferiam mobilidade ao corpo humano. Aí vão duas características importantes: Resistência e Mobilidade. Vamos falar a respeito de cada uma delas separadamente.

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Resistência é dito com sendo a propriedade de alguma coisa em resistir a forças contrárias à sua integridade ou forma. Um exemplo é o papel, quando o puxamos pelas pontas ele resiste até certa força aplicada, antes de ter sua estrutura rompida, como se estivesse “relutando” contra a nossa tentativa de rasgá-lo. E porque a Igreja precisa dessa resistência? Vejamos:

Ef 6.12 Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.

I Pe 5.8,9 Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.

Atenção! Estamos em guerra! Soou um pouco estranho? Não tem ouvido nenhum bombardeio? Nem soldados pelas ruas? Nada de armas à vista? Desde que uma alma se rende ao Senhor até o último momento de vida dela nesta Terra, centenas para não dizer milhares de soldados do inferno são colocados em locais estratégicos para tragar esta vida. Sabe aquela novela na televisão? Aquele filme “quase” sem nenhum problema? Aquele outdoor imoral logo ali? Vou um pouquinho mais fundo: Sabe aquele comercial do produto novo que acaba de ser lançado? Sabe aquele evento com ingresso em promoção? Sabe a final do campeonato de futebol mais importante na TV aberta? Quero te fazer uma pergunta, para que você acha que existe tanto investimento na indústria do entretenimento?

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Foco. Focar uma imagem é a habilidade de enxerga-la nitidamente, saber seus traços, seus limiares, sua definição. Você sabia que seus olhos focam apenas um objeto enquanto desfocam todo o resto do ambiente? Faça o teste agora mesmo e veja. Embora saibamos que o resto do cômodo está ali, é como se não fizesse diferença, como se só aquele objeto merecesse nossa atenção. O objetivo de satanás é tirar o nosso foco de Jesus e focar em qualquer outra coisa, não importa o que seja, contanto que não seja em Cristo. Sabe por quê?

Hb 12.1,2Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.

O diabo sabe que se a nossa atenção estiver em Jesus no dia a dia, deixaremos todo o embaraço que ele e seus soldados condenados tentam nos causar. Agora ficou bem claro que temos que ser resistentes, resistirmos fielmente para manter nossa integridade como Igreja, para efetuarmos diariamente a vontade de Deus, pois para isso fomos criados, e para isso resgatados.

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Mobilidade. Esta é a propriedade de adaptação, transmissão de força e execução de tarefas que incluem movimento. Onde isso se encaixa na Igreja? Ora, qual a ordem que Jesus nos deu antes de subir aos Céus?

Mt 28.18-20 – Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho ordenado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.

Se temos que fazer discípulos, batizá-los e ensiná-los a guardar todas as coisas que Jesus ordenou, como faremos isso sem nos movimentar? Precisamos dessa mobilidade em nossas vidas para funcionarmos como Igreja. Mas quem se move? Como acontece esse movimento? Voltemos agora ao início para definir juntas e ligamentos no Corpo de Cristo.

Juntas e ligamentos no Corpo de Cristo são ligações fortes e resistentes entre seus membros. Os membros se movem de forma sincronizada, ligada, ajustada, rumo ao objetivo comum, cumprir a obra de Deus. Cristo é o cabeça do Corpo, mas quem são os membros?

Jo 15.1-8Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.

Nós somos os membros, todos nós. Não são os líderes que devem frutificar apenas, mas todos aqueles que se dizem discípulos de Jesus. E se até os lacaios condenados do maligno são organizados estrategicamente, como poderíamos nós, os filhos da luz, andarmos displicentemente? Se lermos o livro dos Atos dos Apóstolos vamos confirmar que a Igreja não se reunia simplesmente em grandes salões semana ou quinzenalmente, não havia púlpito, não existia liturgia “engessada”, nada disso.

O Evangelho do Reino sempre era repassado em grupos menores, as reuniões quase sempre nas casas, a simplicidade no partir do pão e no convívio diário, a transparência e principalmente o fato de que todos eram sacerdotes (I Pe 2.9). Era o evangelho do relacionamento, a Igreja se relacionava se nutria e desempenhava diligentemente a obra. Quando foi que isso acabou?

Com a perseguição da Igreja pelas autoridades do Império Romano, parte da Igreja se aliou ao estado, trocando o controle religioso do povo pela sua sobrevivência. Para não continuarem sofrendo, estes cristãos infelizmente preferiram negar o Nome de Jesus e “transformá-lo” em uma religião, coisa que Ele nunca foi e nunca será.

O problema é que dá muito trabalho ensinar o Evangelho do Reino em grupos menores e desenvolver estas juntas e ligamentos, então... a saída foi ir ao carpinteiro (o que poderia ser visto até como afronta, não?) e pedir que ele fizesse o primeiro púlpito, bancos que comportassem bastante gente em um espaço pequeno e os organizasse, uma cruz com uma imagem de homem pendurado nela e uma cadeira onde se sentaria o suposto representante de Cristo na Terra (bom, é claro que pra isso era preciso acabar com o texto de I Pe 2.9, não é?). E em vez do Evangelho do Reino ensinado e repassado através das juntas e ligamentos, pregar o evangelho da salvação e da prosperidade, do “ganhe tudo e leve pra casa sem taxa adicional”, do “quer pagar quanto?” e outros slogans chamativos que enganem facilmente, e façam as pessoas permanecerem sentadas o máximo possível frente a sermões ministrados em língua morta. Surgiu aí o evangelho de massa.

Muito tempo se passou depois disso, até que algumas pessoas ouviram de Deus a mensagem de que aquilo tudo estava errado, porém em vez de restaurarem a estratégia que já havia sido criada por Cristo, resolveram reformar, apenas mudar algumas coisas, como por exemplo a cadeira do suposto representante de Cristo na Terra, a cruz com a imagem de homem pendurado nela, as imagens de falsos deuses, os sermões em língua morta, e algumas coisas adicionais.

Porém... deixaram os templos herdados pela velha estrutura, mantiveram o púlpito, os bancos, as liturgias engessadas, um único sacerdote (ou uns poucos) e o povo continuou da mesma forma, nas reuniões semanais ou quinzenais, sem juntas e ligamentos. Todos ligados no líder e o líder ligado em Deus. (Para que servia aquele representante na cadeira mesmo?).

Hoje Deus tem acordado a Igreja para a realidade de que não existe edificação fora das juntas e ligamentos, Deus as instituiu, e esta é a Sua estratégia para fazer a obra. É tempo de nos desembaraçarmos de todo o resquício de religião que porventura resistir em nosso viver e nos atermos fielmente ao que Deus espera de nós. Se somos discípulos de Jesus então devemos agir segundo as ordens dEle.

As reuniões gerais em prazos definidos são realmente edificantes e maravilhosas, desde que elas não sejam a base de funcionamento da Igreja. Se no dia a dia, reunindo nas casas e saindo juntos para proclamar, orar e compartilhar uns com os outros, então quando chegar o dia da reunião geral todos transbordarão a vida de Cristo e edificarão poderosamente uns aos outros, através do Espírito Santo com que se encheram durante a semana.

Que possamos seguir a verdade em amor, e crescer em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.

Contundência. Veemência. Assim são as palavras de Cristo aos nossos corações, não há para onde correr ou escapar.

Praticar.

Que a graça seja com todos,

Guilherme Wilson, discípulo de Jesus.

 

Um comentário:

  1. Amém Gui, que palavra maravilhosa! Como igreja, membros de um só corpo, devemos viver em unidade, crescer juntos, e proclamar o evangelho do Reino em todo o tempo, com as nossas palavras e atitudes. A igreja deve submeter-se à direção do Espírito Santo, viver em constante comunhão e assim cumprir o papel para o qual Deus a designou.
    Que Deus continue te usando para abençoar as vidas através destes textos!

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