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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Meditação em I Coríntios 13 – Versículo 3

 

Versículo 3: “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.”

Ter poder sobre coisas é a maior aspiração do coração natural do homem. Como o homem não tem poder sobre o tempo, ele se empenha a ser “senhor” sobre o máximo de bens e pessoas que puder, até envelhecer e morrer desiludido. Alguns dizem que não se preocupam com isso, e que vão vivendo até a morte chegar, dizendo que é algo comum, mas a verdade é que quando ela chega a eles se desesperam e agonizam. Na busca de maximizar o prazer em vida, eles se empenham em conseguir coisas, e ter poder sobre elas.

Quando um homem nasce de novo, e recebe o Espírito Santo, uma das primeiras coisas que ocorrem é o desligamento com esse apego. O discípulo de Jesus passa a ter consciência que não vive para esse mundo, e por consequência tem total tranquilidade em doar seus bens aos pobres quando o Senhor os direciona a isso. Paulo diz no versículo “distribua TODOS os meus bens entre os pobres”, e TUDO é TUDO. Carro, casa, dinheiro, móveis, roupas, joias, tudo. É um desprendimento tal que nem temos ideia de como seja.

Diz-se que a dor da queimadura é uma das mais fortes, e que na época de Paulo muitos mártires entregaram-se e morreram por Cristo. Alguns deles foram queimados vivos, como descrito em muitos relatos da época. A própria razão de serem chamados mártires, é fruto dessa ação em vida que continua causando tremendo impacto mesmo depois da morte. Esses homens poderiam muito bem fugir, se esconder, ou tentar uma solução diplomática, mas não. Eles enfrentavam tudo o que fosse necessário pela obra do Senhor.

Coragem extrema é o que define um homem se entregar para morrer por Cristo. Certamente essa entrega, mesmo que para a morte, distinguia esses homens dos demais, e eles são lembrados até hoje, continuarão sendo lembrados até o fim, como homens que amaram a obra acima de suas próprias vidas, literalmente.

O curioso disso tudo é que Paulo diz que ainda que ele se entregasse para ser queimado vivo após ter doado todos os seus bens aos pobres, NADA disso aproveitaria a ele se não tivesse amor. A morte por queima é dolorida, intensa, mas é também rápida, e dentro de instantes o homem agonizando é um pedaço de carvão retorcido. O sentimento de propriedade é tão passageiro quanto o de desapropriação, e algum depois de doar tudo, a vida seguiria seu curso. Mas no amor não é assim que funciona...

No amor não se morre uma morte rápida, mas se entrega diariamente fazendo morrer a própria vontade e desejo em prol do outro. Não se doa os bens, mas o coração, as lágrimas, as dores, as emoções, as decisões, o tempo. O amor é sinônimo de entrega contínua e eterna. Entrega contínua e eterna!

No amor do Pai,

Guilherme Wilson, discípulo de Jesus.

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